Por: Darcy Arruda
Vocês já pararam para pensar quem ganhará com o circo montando em torno do “Príncipe” Willian e da “Plebéia” Kate Middleton?
Por que pessoas aparentemente normais, e são, atraem tanta atenção da mídia?
Enfim as perguntas são muitas, mais do ponto de vista sociológico devemos analisar partindo do geral para o particular e depois fazer o caminho inverso.
Vamos começar pelos fatos gerais, qual o momento atual da Europa? A região passa por graves problemas de desemprego, fruto do arrocho provocados pela política econômica, para estancar a ultima crise causada pelos bancos, a estagnação regional também pode ser creditada a valorização do Euro, moeda da Comunidade Européia, frente ao dólar americano, fato que torna as indústrias locais pouco competitivas com relação a países como China e outros centros asiáticos industriais, e mesmo se comparado aos EUA. Um evento como esse casamento pode manter os ânimos dos trabalhadores ingleses em banho-maria por pelo menos dois meses, além de movimentar a economia do país e da região.
Longe de ser um “conto de fadas” o casório pode reafirmar um sistema de governo arcaico e medieval, a monarquia, mesmo que de governo a monarquia inglesa não tenha mais nada há muito tempo, pois a rainha só faz papel figurativo no país, coisa para enganar os incautos.
Seguindo na análise, vamos ver finalmente quem esta pagando tanto luxo, sofisticação e a exagerada, por que não dizer obscena, pompa que cerca a cerimônia. Para tanto dissecaremos a origem da riqueza inglesa, recorrendo aos fatos históricos.
Diferente do que houve com as treze colônias americanas, que futuramente formariam os EUA, o resto das colônias inglesas pouco tem a ver com o termo colonização, segundo o Dicionário Aurélio “Colonização é o ato de colonizar, ou seja, quando pessoas de um determinado país ou região vão para uma outra região (desabitada ou com nativos) para habitar ou explorar. No processo de colonização, ocorre à influência ou transferência cultural dos colonizadores para os colonizados e vice-versa.” No entanto, na África e na Ásia o caráter ocupacional se deu apenas como mero processo de exploração, trocando em miúdos, o Império Britânico sugou as fontes minerais da região e posteriormente desocupou a área deixando para trás países atrasados economicamente e com graves crises políticas e sociais.
Diferente do que houve com as treze colônias americanas, que futuramente formariam os EUA, o resto das colônias inglesas pouco tem a ver com o termo colonização, segundo o Dicionário Aurélio “Colonização é o ato de colonizar, ou seja, quando pessoas de um determinado país ou região vão para uma outra região (desabitada ou com nativos) para habitar ou explorar. No processo de colonização, ocorre à influência ou transferência cultural dos colonizadores para os colonizados e vice-versa.” No entanto, na África e na Ásia o caráter ocupacional se deu apenas como mero processo de exploração, trocando em miúdos, o Império Britânico sugou as fontes minerais da região e posteriormente desocupou a área deixando para trás países atrasados economicamente e com graves crises políticas e sociais.
Mais o que exatamente a Inglaterra, e a Europa como um todo, retirou dessas regiões? A razão básica da colonização era econômica. A Europa tinha vários países passando pela Revolução Industrial, que necessitavam de matérias-primas essenciais para a industrialização, tais como carvão, ferro e petróleo; produtos alimentícios, normalmente carentes na Europa; mercados consumidores para os excedentes industriais; e locais para o investimento de capitais disponíveis na Europa, principalmente na construção de estradas de ferro e exploração de minas. Em termos sociais, a colonização era uma válvula de escape para a pressão demográfica. No plano político, o motivo essencial era a preocupação dos Estados europeus em aumentar seus contingentes militares.
Desta forma boa parte da pompa Inglesa da atualidade se deve ao empobrecimento da África. Nem entrarei aqui nos detalhes da exploração de pedras preciosas para não ofender as moças que estão sonhando com o anel da futura princesa. Devo ainda lembrar as guerras e conflitos ocorridos na região, pois a corrida colonial africana produziu inúmeros atritos entre os países colonialistas, constituindo-se mesmo num dos fatores básicos do desequilíbrio europeu, responsável pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Desta forma boa parte da pompa Inglesa da atualidade se deve ao empobrecimento da África. Nem entrarei aqui nos detalhes da exploração de pedras preciosas para não ofender as moças que estão sonhando com o anel da futura princesa. Devo ainda lembrar as guerras e conflitos ocorridos na região, pois a corrida colonial africana produziu inúmeros atritos entre os países colonialistas, constituindo-se mesmo num dos fatores básicos do desequilíbrio europeu, responsável pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Vejam só como a história pode ser irônica, as guerras pela ocupação da África causaram enormes prejuízos por gerar um conflito na Europa.
Voltando um pouco no tempo quero ressaltar a ocupação asiática, executada pelos ingleses que haviam tomado a Índia dos franceses em 1763, ficando uma companhia inglesa encarregada da exploração do país, desde então a Índia passou a integrar o Império Britânico. Só sendo libertada no século XX, quando ocorreram conflitos a nível nacional pela independência do país, esses movimentos foram estimulados pelo Partido do Congresso Nacional Indiano e outras organizações políticas. O líder indiano Mahatma Gandhi concentrou milhões de pessoas em várias campanhas nacionais da desobediência civil colocando em prática à política da não-violência. Em 15 de agosto de 1947, a Índia conseguiu sua independência do domínio britânico, à custa de muitas mortes e de um país assolado pela miséria e atraso.
Fazendo essa análise histórica, mesmo que rápida e superficial, podemos entender por que os ingleses sentem tantas saudades do seu Império, construído, sobre tudo, a base de muito sangue e miséria. A Inglaterra precisa reviver o sonho e a opulência de outrora, na figura de um jovem rei ,que poderia revigorar os ânimos de uma população carente de boas novas.
Por fim a mídia, claro que está não poderia ficar de fora deste texto, o circo em torno do casamento é prato cheio para que os diferentes meios de comunicação faturem à custa do imaginário popular, plebeus e sans culottes, proletários e a classe média, enfim mentes de países provincianos ou centrais, 4 bilhões de seres, telespectadores avulsos em um mar de criticidade zero, a espera de um conto de fadas, uma história mágica e encantadora.
Pena que segunda feira a realidade baterá a nossas portas acordando a bela adormecida.
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