Carlos Drummond de Andrade nasceu em Minas Gerais, na cidade de Itabira. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Drummond foi cronista depois de aposentado (antes também, mas principalmente depois) e era preocupado com a profissionalização do escritor, tendo ajudado diversas fundações para a classe. Além de cronista, o autor também fez contos e escreveu um livro infantil ilustrado por Ziraldo. Mas é como poeta que ele se destaca.
Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e contos.
Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal.
Sua obra Alguma Poesia, de 1930, inaugura a segunda fase do Modernismo. Nela aparecem muitas características da primeira fase, como o poema-piada, mas começam a aparecer preocupações sociais e políticas, como a crítica aos regimes de exclusão então em pleno vapor e crescendo.
Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas,
Talentoso também na prosa tem suas prosas reunidas nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira.
Em 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão Medida, que contém 28 poemas inéditos e A Falta que Ela me faz (crônicas e histórias).
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha única.
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