quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Código Florestal, Belo Monte, Rio+20… O que esperar para 2012?!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Dilma parece não estar muito aí para questão ambiental no Brasil

E começa 2012…

O Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos. O ano da Rio+20.  Mas também, o ano decisivo para o Código Florestal Brasileiro e para o movimento ambiental de um modo geral.
Infelizmente, começamos 2012 sem muitas boas notícias para dar. As chuvas que assolam os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro deixaram vários desaparecidos e milhares desabrigados. A seca no Rio Grande do Sul já atinge mais de 100 municípios, afetando a vida de mais de 460 mil pessoas.
Um caso revoltante veio à público na última semana: a morte de uma criança indígena por madeireiros no Maranhão. O corpo da criança, carbonizado, foi encontrado em um acampamento em outubro do ano passado.  A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi avisada na época, mas nada fez. Nenhuma investigação foi aberta para apurar o caso, afinal a quem interessa a divulgação do mesmo? A quem tem dinheiro, certamente não. Logo, também não é interessante ao Governo.
Esse, como se não tivesse motivos o suficiente para nos revoltar, escorregou novamente. Com o intuito de facilitar a instalação de novas hidrelétricas no norte do país, a presidente Dilma publicou Medida Provisória que flexibiliza as áreas de Unidades de Conservação, ou seja, as diminui e dar lugar à destruição das mesmas. Mesmo tendo um desempenho pior do que Collor em relação ao meio ambiente, em seu primeiro ano de governo, Dilma nos surpreende cada vez mais com sua falta de compromisso. Ela está destruindo o pouco que foi conseguido até então, e pior, ignorando todos especialistas, sociedade civil, organismos internacionais…

O que esperar em 2012

Além de muito calor, já que este é considerado pelos cientistas como um dos 10 anos mais quentes desde 1850, haverá muita tensão e decisões cruciais em jogo. Em março, o texto do Código Florestal estará de volta à Câmara dos Deputados, seguindo depois às mãos da presidente. Essa, havia prometido vetar os pontos mais duvidosos. Entretanto, em face de seus últimos feitos, ela é a mais interessada em aprovar qualquer coisa que vá favorecer ruralistas, grandes empresários e “a economia do país”.
Há ainda muito o que rolar em relação à construção da Hidrelétrica de Belo Monte. O ano de 2011 trouxe maior visibilidade ao que vem acontecendo no norte do país, e vamos esperar que essa conscientização se converta em maior pressão popular. Diversos atores sociais estão tomando partido, cidadãos que antes não faziam ideia do impacto causado por Belo Monte, hoje abrem os olhos. Há ainda muita ignorância sobre o real propósito da construção da hidrelétrica, infelizmente. O Governo tem colocado a questão do crescimento econômico e crise energética como motivos para destruir o meio ambiente e infringir os direitos humanos.
Isso me lembra algo que um amigo, muito oportunamente, colocou: “Se você fosse presidente de um país que é o 6° PIB e o 84° IDH, em que você investiria 30 bilhões de reais: produção industrial ou educação?” Não é preciso falar mais nada.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, acontecerá em junho, no Rio de Janeiro. Ela trará a questão do desenvolvimento econômico de forma sustentável. Num período de crise econômica na Europa, o investimento em mitigação e prevenção será certamente comprometido. Eis aí o momento certo para o Brasil despontar como um dos líderes mundiais no que se refere às questões ambientais. Rico em biodiversidade e recursos hídricos, nada o impede, a não ser vontade política.

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