Muitas têm sido as reuniões e as cimeiras mundiais organizadas por aqueles que criaram a crise e que continuam a clamar que são eles que têm a solução para a crise. E nunca sairemos do mesmo, porque são sempre as mesmas pessoas, não democráticas, que tomam as decisões. Grande parte destes eventos constituem-se como refúgios luxuosos, com grande cobertura dos media, mas com finais vazios de ideias, de como repensar profundamente os sistemas financeiros.
O planeta conta agora com mais de 225 milhões de desempregados, uma em cada três pessoas é pobre, 1% das famílias em todo o mundo carrega no bolso 40% de toda a riqueza existente, os salários, enquanto percentagem do PIB, estão em mínimos históricos e os lucros empresariais, enquanto percentagem do PIB, nos máximos igualmente históricos. Este modelo capitalista terá de ser repensado, enquanto não surgir um novo modelo económico alternativo.
O que é comum ao mundo inteiro na atualidade é a incerteza económica e financeira, o aumento da desigualdade de rendimentos e riqueza, os grandes desafios da pobreza e os efeitos do desemprego provocado pela crise financeira. A crise das dívidas soberanas europeias, em conjunto com os cortes orçamentais, está a piorar sobremaneira a recessão, principalmente na Europa. Estamos a viver um ciclo vicioso e a austeridade fiscal para resolver o problema da dívida só está a tornar tudo pior.
No velho continente europeu a mistura explosiva está a ser cozinhada. Os medos relativos à perda de cultura, competição pelos recursos económicos, desemprego galopante, falência do estado social constituem as principais causas que explicam a intolerância crescente na Europa. E, como seria de esperar, a atual crise económica e financeira, cuja grande consequência é a austeridade irá, muito provavelmente, exacerbar esta intolerância. A globalização corre o sério risco de descarrilar, o que constitui uma ameaça para a economia global.
Fonte: http://franciscofonseca.blogs.sapo.pt/
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