Líderes europeus fecham acordo para segundo resgate à Grécia
Os líderes da União Europeia fecharam um acordo nesta quinta-feira para  um segundo resgate à Grécia, que incluirá a participação do setor  privado. 
| Steffen Kugler/Associated Press | 
| Líderes europeus ao fim da reunião em Bruxelas para discutir o segundo pacote de resgate à Grécia | 
O novo pacote será no valor de 109 bilhões de euros [R$ 244 bilhões],  dos quais o setor privado irá contribuir com 37 bilhões de euros [R$ 82  bilhões]. 
 Ao longo de 30 anos, a contribuição do setor privado será de 135 bilhões  de euros [R$ 302 bilhões], segundo o presidente da França, Nicolas  Sarkozy. 
 Os chefes de Estado e de governo dos países da zona euro se reuniram em  Bruxelas para discutir as condições do segundo pacote em menos de um ano  para ajudar o país em crise. O primeiro pacote de ajuda, fechado em  maio do ano passado, foi de 110 bilhões de euros [R$ 246 bilhões]. 
 A participação de bancos privados no socorro financeiro ao país europeu  deverá ser considerado um calote, mesmo que parcial, pelas agências de  classificação de risco. 
 Sarkozy se recusou a usar a palavra "default" ou moratória. Ele disse que default parcial não faz parte do seu vocabulário. 
 Diante das críticas das agências de classificação de risco nos últimos  meses, Sarkozy prometeu que a França e a Alemanha pretendem avançar na  criação de uma agência de classificação europeia. 
 No início da reunião, diversas opções estavam sobre a mesa. Uma das  propostas era permitir que a Grécia entre em um "default temporário". 
PARTICIPAÇÃO EUROPEIA
 Sarkozy afirmou que com a ajuda da União Europeia, a dívida grega será  reduzida em 12 pontos percentuais. Atualmente, a dívida grega soma 350  bilhões de euros. 
| Georges Gobet/France Presse | ||
| Primeiro-ministro grego, George A. Papandreou, presidente do CE e presidente da Comissão Europeia | 
Uma das contribuições da União Europeia para ajudar a Grécia será  flexibilizar as condições de empréstimo ao país. As taxas de juros, por  exemplo, serão reduzidas de 4,5% para 4% a 3,5% ao ano. 
 O prazo de pagamento também será alongado, de 7,5 anos para, no mínimo,  15 anos. O prazo poderá chegar a 30 anos, prorrogáveis por mais 10 anos. 
 Segundo Sarkozy, a redução dos juros representará uma economia de 30 bilhões à Grécia em 10 anos. 
 Portugal e Irlanda, outros países que receberam ajuda da União Europeia e  do FMI (Fundo Monetário Internacional), também serão beneficiados com o  alívio nas condições da ajuda. 
 O FMI também irá contribuir com o novo pacote. A nova diretora-gerente  do Fundo, Christine Lagarde, também estava presente na reunião, mas ela  não participou da entrevista coletiva para explicar o acordo. 
CRISE DA DÍVIDA
A chamada crise da dívida europeia foi uma consequência da crise  econômica de 2008. Para proteger a economia, os governos aumentaram suas  despesas. 
 Aqueles que já tinham gastos públicos elevados viram a dívida estourar,  junto com as taxas de juros. Essa bola de neve levou os países  periféricos a atingir deficits públicos recordes, perdendo a capacidade  de pagar a dívida. 
 A Grécia, uma das mais afetadas pela crise, já recebeu em 2010 um pacote  de resgate de US$ 160 bilhões [R$ 358 bilhões] da União Europeia e do  FMI. O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas fiscais previstas. 
 Agora, tenta receber um pacote ainda maior, pelo qual aprovou um novo e  amplo pacote de medidas de austeridade que prevê uma economia de até €  28 bilhões (R$ 63 bilhões) aos cofres públicos por meio de cortes de  gastos e aumento de impostos até 2015.
 
 
 
0 comentários:
Postar um comentário